‘’A MENSAGEM ETERNA DOS MESTRES’’ de H’Sui Ramacheng.
Prólogo
Estas primeiras
palavras são essenciais para que me compreendais.
Embora escreva
com vossas palavras e use os termos que já conheceis (pois já lestes mestres
yogues), faço-vos lembrar que nós do Oriente não oferecemos provas, nem
discutimos argumentos, nem citamos autoridades para confirmar o que ensinamos.
Nosso ensinamento
é direto.
Deve haver
identificação entre mim e vós, não como se aceita um guru, porém como que ambos
estamos em busca da mesma experiência juntos.
Ao escrever
esta mensagem, relembro convosco minha experimentação a caminho da Revolução
Interior.
Afianço-vos que
estou autorizado pelo Além para fazer esta explanação.
Também vos
afianço que vamos penetrar naqueles segredos que ficam no último degrau de
todas as religiões, sociedades e fraternidades secretas ou iniciáticas,
místicas ou filosóficas.
Trata-se de
segredos que os Grão-Mestres, Sumos- Pontífices, altos chefes ou Mestres não
revelam aos seus seguidores porque muitas vezes eles próprios os guardam sem
ainda terem entendido seu valor e significado..
Exatamente por
possuírem tal profundidade e nós os apresentarmos ante vossos olhos como coisas
simples, não vos iludais: cada segredo possui uma interpretação mais profunda
se experimentado por vós e cada um deles sendo compreendido vai permitir nova
compreensão do anterior.
Eu vos afirmo
que há sete interpretações para cada chave que vos ofereço; quem veja a segunda
compreenderá que pode usar as sete.
Ofereço-vos o
modo mais simples de dizer as coisas secretas. Entretanto, só os que realmente
as podem ter é que as entenderão.
São Paulo, 7 de Fevereiro de 1973
H’ Sui Ramacheng
AS SETE CHAVES
DO ALÉM
Enumeremos a
seguir o que consideramos as Sete Chaves do Além.
Usamos vossos
termos, embora em sânscrito possuam outro valor, para poder ser melhor
entendido.
São três grupos de
princípios, a saber:
1º. Grupo -
Vigilância, Intenção e Sentimento;
2º.Grupo -
Auto-conhecimento, Intuição e Integração universal;
3º. Grupo - A
Verdade.
Este último grupo
resume, na Sétima Chave, todas as demais.
I –
Vigilância
Compreensão ,
Atenção
Já vos
informei que estamos expondo os princípios secretos mais profundos que o homem
pode atingir em sua presente vida.
Eles dão resposta
a vossas mais profundas dúvidas.
Eles resolvem o
conflito do mundo, o vosso conflito interior.
Prestar atenção,
eis o primeiro segredo.
Se soubésseis
compreender, talvez pudésseis ter aproveitado os últimos seis mil anos de
experiência com sessenta mil guerras externas e já saberíeis como evitá-las.
Atenção é o
elemento essencial para compreender.
Vigilância é o
melhor termo que nos convém.
Porém , se
estiverdes atentos ao conflito que vai pelo mundo, a fome, a guerra, a doença,
a competição, tudo formas e consequências de conflitos, vereis que se trata
apenas da exteriorização de vosso próprio conflito interior.
Tudo se resume no
egoísmo.
Egoísmo
individual, vosso e meu, eis a base do conflito.
A esse egoísmo
dais muitos nomes: luta pela vida, competição, religião, ideologia,
nacionalidade, etc.
Perguntareis:
‘Então quereis provar que eu sou responsável pela miséria, guerra, fome e
conflitos do mundo?’’
Eu vos
respondo: exatamente isso é o que vos digo e só encontrareis vossa
verdadeira paz quando atingirdes essa paz dentro de vós.
Simplifica-se a
Chave da Atenção, portanto, ao mundo exclusivo da vossa realidade interior.
Mas, como podeis
vigiar, como podeis compreender todos os vossos conflitos interiores?
Pensais em
enfadonhos exercícios, em concentrações profundas, em meditações prolongadas...
Pensais em esforço.
Eis vosso
engano.
Compreender, estar
atento, não se obtém com esforço.
É no preciso
instante em que deixais de fazer esforço que começais a compreender.
Observai vossas
ações e vossos pensamentos (egoísmos, ambições, desejos, medos, etc.) sem
procurar julgá-los, sem condenar, sem criticar, sem aprovar.
Tomai apenas
consciência do que está acontecendo.
Sois egoísta?
Agistes com
ambição?
Sentis medo?
Por favor, não
procureis transformar vossos atos e pensamentos no oposto, pois continuareis em
conflito, em outra posição, talvez maior ainda.
A compreensão se
obtém sem julgar, sem condenar, sem aprovar.
É vigilância
passiva e sem qualquer esforço.
Esta a primeira
chave, o primeiro grande segredo – Saber Vigiar, saber Estar Atento, Saber
Compreender.
Isto é estar
desperto.
Ao usá-la, o
compartimento de vossos conflitos e, portanto, os do mundo todo, fica aberto e
acessível a vossa observação.
Adiante vereis o
grande valor desta chave para a transmutação, libertação e revolução interior.
II - Vontade,
Intenção
Dissemos que a
Intenção era o segundo
princípio
que vos exporíamos.
A Palavra que
devemos usar é ‘’vontade’’.
Tendes a primeira
chave e sabeis estar atento, sabeis vigiar.
Só vigiar não
basta.
Deveis ter a
intenção de vigiar.
Quando dizemos
vontade, pensamos imediatamente em desejos, ambições, esforço para obter alguma
coisa, razões e raciocínios para agir.
Porém, não será
disso que vos falarei.
Vós estais
procurando abrir as portas do secreto, do oculto, do além, da mística e já
compreendestes que esse conhecimento está dentro de vós.
Por que não o
atingistes ainda?
Eis que vos faço
presente de uma das chaves que vos faltou –
a Intenção.
Esta intenção,
esta vontade de abrir as portas do secreto, também não exige esforço.
É uma intenção
passiva e que se traduz pela exclusão.
Se quereis, se
tendes a intenção de compreender o oculto, deveis excluir tudo o mais.
Deveis
libertar vossa atenção de todos os conflitos, para que fique somente a
intenção, o abandono ao Absoluto..
Achais difícil?
Não o será, se,
com um pouco de paciência, prosseguis comigo e recebeis as demais chaves.
Cada uma isolada
leva a becos sem saída.
Vede à frente que
a intenção é global.
Vós quereis abrir
todas as chaves.
Essa a verdadeira
intenção.
Cada chave vai
adquirir nova profundidade quando
conhecerdes
a seguinte, após ter esclarecido ou confirmado a anterior.
Nenhuma é menos
importante que as demais.
Todas funcionam
sem esforço e todas são do vosso interior.
Só vós as podeis
usar.
Até este ponto, já
sabeis que o começo da descoberta do oculto que está dentro de vós, começa com
a Vigilância, mas trata-se de uma Vigilância com a Intenção global de alcançar
a verdade que se esconde dentro de vós.
É uma Intenção
especialíssima, portanto.
III –
Sentimento
Vós já
prestais atenção aos conflitos, às guerras, à vossa confusão interior e tendes
a intenção de resolver definitivamente tais conflitos e confusões.
Por esse motivo,
mesmo que nada vos dissesse, já percebeis que esse estado de coisas não se deve
a raciocínios e pensamentos que existem em demasia.
Já estais de posse
do segredo que todos conhecem: o que há de errado fica no mundo dos sentidos.
O que falta é
amor, no sentido de sentimento de que fazemos parte de uma mesma energia
universal, estamos integrados, e irmanados e não isolados.
Ainda mais,
no sentido de fazer o bem sem esperar recompensa, no sentido de superação do
egoísmo.
Isto é o evidente,
o óbvio.
E no entanto,
direis que é impossível praticá-lo.
Achais mais leve
suportar conflito?
Ou achais que esse
amor deve partir dos outros e não de vós?
Vós sois a parte
mais importante do Vosso Universo.
Vossos sentimentos
se refletem nos outros e voltam para vós.
Se não iluminais,
como quereis receber e reflexo?
É regra desta vida
que aquilo que fazeis aos outros vos retorne e em dobro.
Sentir, portanto,
é um dos segredos de todas as religiões e místicas.
A chave dos
sentimentos também é, igual às demais, sentir sem esforço, sentir naturalmente,
sentir como se fôsseis , e realmente sois, integrados na vida universal, no
próximo, e até no que considerais vosso inimigo.
Se não sentis amor
pelo próximo, sem a experiência deste sentimento, jamais haveis de sentir se o
próximo tem amor por vós. Muitas vezes são os sentimentos dos outros para
convosco melhores do que os vossos e, vossa experiência sendo falha, os
interpretais mal.
Jamais
encontrareis o caminho dos segredos se não souberdes sentir.
Já tendes a
vigilância para evitar este erro.
Tendes a intenção
de colaborar na solução dos conflitos e já sabeis que a ação é Amor.
Porém, como
manifestá-lo?
Sabeis que o
grande segredo é, em todas as chaves, a ausência de esforço.
Aqui se trata em
primeiro lugar de praticar o desapego, à medida que vigiais vossos atos,
desejos, egoísmos, ireis libertando-vos das coisas que vos possuem enquanto
pensais que as possuis e no entanto fazem falta ao vosso próximo.
O desapego será a
melhor e primeira manifestação do sentimento de amor ao próximo.
Tal chave é a
libertadora da grande revolução interior e que vai mudar o mundo.
Esta pode
libertar-vos do peso das posses e riquezas, tornando-vos leves e felizes.
Não vos apresseis
a julgar ou raciocinar.
Deixai que a vossa
consciência vá vigiando e compreendendo.
Permiti que vossos
sentimentos se manifestem.
Não façais
endurecer vossos corações.
Antes pelo
contrário – fazei vossos sentimentos caminhar para a infância.(Nota: S.Estrelas
- Vejam aqui esses ensinamentos e o que nos tem sido dito pelos Anciões, e em
tantas outras canalizações, "ser como crianças", também de
entregar-se a Luz, aqui é recomendado usando outro termo "abandono ao
Absoluto". Bem diz o titulo - MENSAGEM ETERNA).
A criança é o
melhor e o mais completo exemplo de atenção sem esforço, intenção sincera e
sentimento puro.
E suas reações
também.
Foram os
condicionamentos, os egoísmos e ambições que encobriram vosso verdadeiro
"Eu".
4ª -
Chave
Auto-conhecimento
Toda vossa ciência
Ocidental tem optado pelo lado material terrestre, pelo invólucro das coisas,
sem prestar atenção ao seu interior.
Mesmo ao
estudar o homem, primais pelo exame superficial do vosso corpo e não
compreendeis que sois o centro de tudo, e em vosso interior se guardam os
segredos do Infinito e do Absoluto.
O
auto-conhecimento a que me refiro não é, portanto o conhecimento do vosso corpo
e da matéria de que é feito, porém, o exame profundo do vosso "Eu".
Com as três chaves
anteriores – Vigilância, Intenção e Sentimento – podeis começar o vosso exame
interior.
O segredo está,
como já vos disse, em não fazer esforço, em observar-se.
Lamentamos que
nosso mundo oriental também se degrada aos poucos aceitando o azáfama exterior
como a atividade mais importante.
Porém, os
profundos conhecedores de si mesmos jamais serão dominados.
Essa aparente
invasão e conquista se destinou, por ordem do Além, para abrir as portas dos
Segredos ao Ocidente.
O
auto-conhecimento através da auto-vigilância é um ato intencional que nos
levará ao profundo sentimento de amor para conosco mesmos, primeiro passo para
poder estender esse amor aos outros e ao infinito.
Pensais que seja
difícil observar-se.
Pensais em
concentração.
Objetareis que
precisais de um Guru para orientar vossa meditação.
Vou mostrar-vos o
quanto é fácil, usando um sistema que veio do oriente e cujo ‘’roubo’’ os
Yogues vos perdoam pela utilidade que vos possa trazer – a psicanálise, o sofá
do psiquiatra.
Tendes um
problema, uma neurose, um recalque, ou outro desajustamento qualquer?
Deitai-vos no
divã.
Soltai vossa
tramela interior.
Caminhai de fato
em fato até que toqueis no fato que, jogado ao vosso mundo interior oculta,
fora do vosso controle, recalcado e esquecido, causou-vos os malefícios de que
vos queixais.
Tão logo
encontreis a causa e a aceitais, sem crítica, sem condenação e também sem
aprovar, eis que o problema todo se esfuma como que por encanto.
Isto os
psiquiatras sabem fazer.
Vós podeis fazer,
sempre que tiverdes problemas, frustrações, conflitos, essa vigilância e eles
sumirão.
O psiquiatra, no
entanto, não entende a causa de tal milagre.
Explico-os: vosso
‘’Eu’’ é um conjunto de véus ou vestes que são vossos preconceitos, recalques,
hábitos, costumes, condicionamentos, egoísmos, ambições ou desejos.
Toda vez que
conseguirdes identificar um desses véus, ele cai por terra e conseguireis ver
mais para dentro de vós mesmos.
Com o psiquiatra
chegareis apenas ao ponto em que permaneceis nos condicionamentos de vosso
ambiente, ou seja, com os véus que todos vossos vizinhos também possuem.
Se trabalhardes
por conta própria e examinardes um a um os véus dos desejos, ambições,
condicionamentos, preconceitos, Sem Esforço, ireis jogando-os fora um a um até
que estejais só Vós frente a Vós mesmos.
Pensais que esse
fato seria aterrador?
Muitos no ocidente
assim disseram e eu o tenho ouvido amiúde. Garanto-vos que isso se deve à falta
de compreensão.
Se compreendêsseis
o objetivo do auto-conhecimento sem ‘’egolatria’’; se percebêsseis esse
auto-libertar-vos sem egoísmo, sem a busca do poder absoluto ‘’Eu’’; se
assim vos libertardes dos véus, atingireis em breve as três chaves que se
seguem.
Enquanto seguirdes
as ditas Sociedades Secretas em busca de perpetuação do vosso ‘’Eu’’ , em busca
do poder e da riqueza, enquanto aceitardes as chaves secretas para o vosso
benefício, faltar-vos-á um véu a eliminar, o véu do egoísmo.
Com ele não
chegareis à intuição, ao amor universal nem à Verdade.
Enquanto seguirdes
as religiões em busca da salvação pessoal, egoísta, como passagem para o Além,
tereis que nascer e renascer muitas vezes para poder libertar um dia do último
véu o ‘’Eu’’ profundo que se anulará na Integração Universal.
Enquanto lerdes este
livro em busca de solução externa, dada pelo guru, de nada vos há-de servir.
Lembrai-vos bem: o
auto-conhecimento é sem esforço e só pode ser feito por vós mesmos.
O
auto-conhecimento liberta.
Na medida em que
vos conhecerdes, ficareis mais leves, pois livres dos véus.
5ª - Chave
Intuição
Quando
vossos véus forem caindo, quando vosso auto-conhecimento for caminhando
decididamente, no rumo certo, vosso ‘’Eu’’, mais livre dos terríveis pesos dos
egoísmos e dos condicionamentos, dos hábitos e dos preconceitos, vos acontecerá
um fenômeno ainda estranho ao ocidental e que alguns já vislumbram,
que é o conhecimento direto das coisas.
Abstratamente
dizeis que conhecer é identificar-se com o objeto do conhecimento.
Como podeis
alcançar essa identificação se estais envoltos em brumas?
Com o
auto-conhecimento saireis das brumas e talvez vos assuste a luz.
Por isso vos dou
mais esta chave como precaução.
Pois começareis a
ver as coisas todas do vosso mundo em vertigens de atingimento direto.
Pensareis
ter atingido poderes secretos e vos lançareis ao seu uso.
Não vos iludais
como tantos que palmilharam esse caminho.
Caireis como eles
no vazio do vosso próprio egoísmo.
Acreditareis que
eram demónios ou espíritos que iludiram e depois vos abandonaram?
Previno-vos que o
fenómeno é natural – quem tinha dez véus sobre os olhos e tirou nove, vê melhor
do que os que continuam com seis ou quatro.
No ocidente
estudam este fato com nomes como telepatia, telecinese, premonição, vidência,
profecia, em ciência com o nome de Parapsicologia.
Falam em ‘’dom’’,
‘’poderes’’, etc..
Facilmente a
literatura vende ‘’terceira visão’’, falsos profetas e mais frustrações.
Vós compreendereis
que qualquer um pode chegar lá.
Qualquer um que se
desprenda dos véus atingirá em sucessivos graus e por tempos cada vez
superiores o conhecimento direto ou intuição.
E sempre será
obtido esse estado sem esforço.
Basta deixar que
ele ocorra sem procurá-lo.
Irá sua mente ao
além, ao futuro, ao passado, ao oculto, ao distante, às outras mentes, às
coisas.
É o começo do
verdadeiro.
Conhecimento.
Na medida em que
souberdes usar as chaves que já tendes, assim chegareis ao conhecimento direto.
No
auto-conhecimento vos libertais de tudo que vos oprime.
Podeis assim usar
a intuição.
Porém,
o fenômeno intuitivo chega bem antes de concluir a libertação e
anulação do ‘’Eu’’.
Esta chave deve
ser bem usada, para concluir o auto-conhecimento pela identificação com as
demais coisas, inclusos nelas todos vossos semelhantes.
Esta é a chave de
ouro para aferir o vosso grau de libertação e permitir o uso da sexta chave.
Só quando todos os
véus caírem é que vereis as coisas com perfeição.
Se vossa intuição
avança e depois cai, perguntai a vós mesmos a causa.
Tudo que vos
sucede tem como causa algo dentro de vós mesmos: criastes ou recriastes mais um
véu?
É evidente que vos
há-de perturbar.
6ª Chave
A Integração
Universal
Estando
vigilantes com a intenção de alcançar o verdadeiro amor, atingistes o auto-conhecimento
e libertastes a intuição para completar-vos pela anulação do vosso ‘’Eu’’ em um
ato de Amor Universal.
Neste último
estado, cujo segredo continua sendo o mesmo (Sem Esforço), vós vos identificais
com vossos semelhantes, com os objetos do conhecimento, com o Absoluto, num
êxtase de Amor Universal.
Muitas vezes o
yogue tem feito segredo deste estado, fazendo crer que só alguns privilegiados,
à custa de esforços incríveis, cultivando posturas físicas e concentrações
mentais inauditas, só alguns, podem atingir tal estado.
Outros têm dito
que tal estado só se alcança após a morte.
O motivo é que
houve proibição do Além.
Quem soubesse, era
‘’iniciado’’ e devia guardar segredo, pois os demais não estavam prontos para
atingi-lo.
Essa proibição
terminou.
Eu vos asseguro;
nem é perigoso, nem se morre fisicamente para atingir o amor universal, o
êxtase da integração.
Está chegado o
tempo em que todos vós podereis alcançar esse estado.
Está chegando o
tempo em que será necessário que chegueis a ele para libertar vosso mundo dos
eternos conflitos.
Já sabeis o
caminho, pois tendes as cinco chaves para passar as portas que levam a esse
estado.
Ao atingir a
intuição, aos poucos chegareis ao ponto em que podeis perceber o ‘’longe’’, o ‘’passado’’,
o ‘’futuro’’, o Absoluto’’, vossos semelhantes, como sendo vós mesmos, pois
estais integrando-vos aos poucos num Eu Universal.
Compreendereis por
vós mesmos que o amor ao próximo é amor a vós mesmos.
E após o
atingimento desse estado, podeis voltar ao vosso pequeno mundo, aos vossos
afazeres, ao vosso dia-a-dia.
Porém voltai
integrados e dispostos à parte prática, pois em caso contrário, perdereis tudo
que alcançastes, as chaves enferrujarão e retornareis passo a passo ao marco
zero.
Sei que se de
verdade chegareis a este ponto, não desejareis perder o terreno conquistado,
pois atingindo uma só vez a Integração, já estais com o primeiro passo para a
Transmutação que é a última chave.
Se já lestes os
mestres yogues, talvez tenhais visto belas descrições literárias desse êxtase:
cada um que o alcança, deseja que permaneça e por isso mesmo o perde e fica
frustado.
Vós já estais
esclarecidos para o fenômeno.
O segredo é sempre
alcançar os estados mentais espontaneamente, ou seja, sem esforço, começando
sempre pela respiração profunda e pelo relaxamento total.
Vós atingireis o
estado de união com todas as coisas, identificação com a Natureza, com o
Absoluto.
Mesmo por
instantes, como na Intuição, não vos preocupeis ou esforceis em voltar a eles,
não sejais egoístas, não volteis a cultivar os véus que já derrubastes.
Alcançando o ponto
inicial, o Amor Universal, estais no dever de propagá-lo.
Ao fazê-lo,
eliminai de vossas intenções o desejo de reconhecimento e até mesmo a
expectativa de que vossos conselhos sejam seguidos.
Ensinai a
Revolução Interior e deixai que cada um a alcance: o excesso de zelo também é
egoísmo.
7ª - CHAVE
A Transmutação
Eis-nos
finalmente frente a frente com a última chave do Além.
Esta é a chave sem
retorno.
Os iluminados se
libertam.
Podem alcançá-la
em vida, como Buda.
Porém, o normal de
nosso mundo é alcançá-la com a morte quem já tenha chegado ao Amor Universal.
Direi que esta
chave se chama ‘’Verdade’’.
Vede bem – Verdade
com letra maiúscula não uma verdade qualquer, minha verdade, tua verdade.
É única e
infinita.
É absoluta.
Faz parte da
Integração Universal, embora a ultrapasse.
Quem atingiu a
Integração está pronto para ela.
O segredo é
novamente "Sem Esforço".
Porém, para ela
funcionar são necessárias as seis anteriores usadas com perfeição: há-de estar
presente a vigilância completa, a intenção da transmutação, o amor até aos
inimigos, o auto-conhecimento até a anulação do ‘’Eu’’.
(Vede bem – até o
desejo do céu terá que ser anulado), a intuição como forma de Integração e a
Integração Universal sem restrições.
Aí se dará a
Transmutação da pessoa em um ser iluminado e portanto liberto.
Pouco importa daí
por diante a vida ou a morte, o conhecimento, o mundo ou o corpo.
Vós já tereis
atingido a Verdade.
Repito mais uma
vez: cada chave será usada sem esforço.
Porém, somente vós
as podeis usar.
Nenhum mestre as
abrirá por vós.
Nenhum livro
contém a Verdade enquanto vós não a experimentardes.
Este é um livro e
portanto sem qualquer sentido enquanto vós apenas o estais lendo ou lhe repetis
os dizeres.
De nada vos
adiantará repetir mil vezes o que aqui fica dito.
Sempre será uma
verdade qualquer.
Nenhum sentido
possuirão as palavras que eu vos disse, se não experimentardes por vós mesmos o
seu significado.
Só atingireis a
Revolução Interior por vossa vontade.
Ninguém a atingirá
por vós.
E não
necessitais persegui-la.
Tereis que
querê-la e deixar que ela vos atinja.
O segredo é
sempre: ‘’Sem Esforço’’.
Isto quer dizer
que a Transmutação está dentro de vós e vós só tendes que permitir que ela
ocorra, abrindo sucessivamente as portas do Além.
As chaves estão em
vossas mãos e vossas mãos vacilam.
Achareis mais
fácil continuar nos conflitos?
Pensareis que
basta imaginar a transmutação?
Pensais que basta
a intenção?
Pensais que podeis
escolher a chave que desejais e jogareis fora as demais?
Reconheceis que
estas são as chaves, porém esperais que os outros as usem antes?
Achais nebulosa e
distante a Verdade ou Transmutação?
Em conclusão,
lembro-vos: a Verdade é o prémio ao Amor Universal; só quem lá chegar pode
gozá-la e saber como é.
O êxtase da sexta
chave é tão pequeno em relação à Transmutação, quanto é pequena a duração da
nossa vida em relação ao Infinito.
Quando o sábio
chega lá, dirá:
Eu sou a Verdade.
E ele é de fato a
Verdade.